É curioso ver como o marketing da Apple funciona! O velhinho SE tem direito ao iOS 15; mas, tal como o meu 8 Plus, não tem todas as coisas que os manos mais novos recebem. Enquanto isso, todos os Android recebem actualizações da Play Store da Google, a qual é responsável em manter a compatibilidade com os telemóveis antigos - até ao mês passado, os telemóveis com Android 6 conseguiam aceder à loja e instalar a maioria das apps. Mas o que está previsto chegar a todos os iPhones com uma actualização do iOS 15 é a capacidade de os mesmos verificarem todas as fotografias no telemóvel à procura de pornografia infantil e avisar uma autoridade não especificada.
Em segundo lugar, convém não esquecer que a política da Apple nas actualizações dos telemóveis antigos era a degradação da sua performance (supostamente, a bateria não estaria no pico de performance; na prática, só acontecia depois das actualizações para uma versão nova de iOS).
Em terceiro lugar, as actualizações completas da versão de Android são difíceis. A Google tem agora o seu desenho de processador e, por isso, controla um importante factor nas actualizações. Porém, apenas garante 3 actualizações completas no seu acabadinho de lançar Pixel 6. Se é por motivos técnicos ou se é para alinhar com a Samsung (que também oferece os mesmos 3 anos), ninguém sabe.
Em quarto lugar, a Apple está sempre a "inovar": nunca aceitou incluir suporte para cartões de memória, foi a primeira a retirar o orifício dos auscultadores, continua a tornar o telemóvel mais fino à custa da capacidade da bateria e de câmaras que protuem cada vez mais (o FE tem uma bateria minúscula...), foi quem retirou o carregador da caixa do telemóvel para ser comprado à parte.
A Samsung podia fazer muito melhor? Sem dúvida. Ao ir atrás das "inovações" da Apple, está a piorar a experiência para os seus utilizadores, ao mesmo tempo que melhora um ou outro componente. Ao lançar mais de 20 variedades de um mesmo modelo de telemóvel, torna as actualizações mais complicadas. Ao ter vários modelos de telemóvel para quase todos os preços possíveis, torna a missão do consumidor em escolher o que melhor se lhe adequa um labirinto de prós e contras.
Os iPhone são bons, muito poderosos e com algumas apps que não existem em Android (e algumas são muito melhor optimizadas em iOS). Mas são péssimos a falar com outros aparelhos não Apple, para que esta venda telemóveis a todos os membros da família, e são caros, muito caros.
Por tudo isto, a fidelidade cega a uma determinada marca por causa de uns chavões na publicidade é negativa para quem compra telemóveis. Há coisas positivas do lado da Apple e da Samsung que deveriam liderar as conversas sobre os valores dos aparelhos, em vez de uma nebulosa política "o meu telemóvel oferece X anos de actualizações". As coisas negativas são considerações que se devem ter ao comprar qualquer aparelho, pelo impacto que terão na sua utilização.